Economia

O desemprego no setor de transporte continua sem uma solução a vista.

O desemprego no setor de transporte continua sem uma solução a vista.
Com o título "Desemprego: um grave problema", a NTC - Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, publica em seu site, na seção "Blog do Neuto", uma análise da realidade do emprego no Brasil atualmente, incluindo o desemprego no setor de transporte. Abaixo reproduzimos a publicação da entidade. 

 

Medido tanto pelo IBGE quanto pelo CAGED, o desemprego constitui um dos mais graves problemas da economia brasileira na atualidade.
 
Segundo o CAGED (gráfico 1), o país perdeu 1.322 mil (um milhão, trezentos e vinte e dois mil) postos de trabalho em 2016 e outros 1.552 mil (um milhão, quinhentos e cincoenta e dois mil) em 2015. Ficaram para trás os anos de vacas gordas, como 2010, quando o país criou nada menos do que 2.555 mil (dois milhões, quinhentos e cincoenta e cinco mil) empregos com carteira assinada.


 
De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, a taxa de desemprego entre a população economicamente ativa subiu de 6,5% no quarto trimestre de 2014 para 11,9% no trimestre de setembro a novembro de 2016 (gráfico). Isso corresponde a mais de 12,1 milhões de pessoas desempregadas. 


 
Um relatório elaborado pelo banco Credit Suisse revelou que o desemprego no Brasil é muito maior do que o divulgado pelas estatísticas oficiais.
 
O relatório analisa o chamado desemprego ampliado. Pesquisas de desemprego tradicionais consideram apenas quem procura trabalho e não acha. Já o desemprego ampliado inclui quem faz algum “bico” por falta de oportunidade ou desistiu de procurar emprego.
 
Segundo relatório do Credit Suisse, a taxa de desemprego ampliado no Brasil chegou a 21,2% no último trimestre de 2016. O percentual é quase o dobro do índice oficial de desemprego de 11,9%. Logo, há no Brasil cerca de 23 milhões de pessoas desempregadas ou que têm sua força de trabalho subutilizada por falta de opção.
 
Admitindo-se uma excepcional criação de 2 milhões de empregos por ano, o país levaria mais de onze anos para ocupar toda essa mão de obra. Mesmo admitindo-se que cerca de 7 milhões dessas pessoas estariam normalmente desempregados num regime próximo ao de pleno emprego, seriam necessários 16 anos para se chegar a uma situação confortável.
 
O pior é que, no curto prazo, não há muita esperança, pois o PIB tenderá a crescer a taxas baixas em 2017 e 2018. Além do mais, a tendência das empresas será de primeiro ocupar a mão de obra que possui antes de contratar novas pessoas. Por isso, pode-se esperar que, antes de iniciar o processo de redução, a taxa desemprego continuará aumentando nos próximos meses.
 
Como atividade meio, o transporte rodoviário de cargas não escapa desta situação catastrófica. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, no primeiro bimestre de 2016 mais de 25 mil vagas foram fechadas no setor de transporte e logística, marca que representa um terço dos números de 2015, quando 76.400 mil pessoas perderam seus empregos.

Neuto Gonçalves dos Reis
Diretor Técnico Executivo da NTC&Logística, membro da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do CONTRAN e presidente da 24ª. JARI do DER-SP.

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