Opinião

FENATRAN 2015 - SERÁ QUE O ALUMÍNIO AGORA EMPLACA?

FENATRAN 2015 - SERÁ QUE O ALUMÍNIO AGORA EMPLACA?

Entre as novidades não tão novas da Fenatran 2015, o uso do alumínio na fabricação de implementos rodoviários, foi uma das que se destacaram. Diz-se “não tão novas”, porque já houve ensaio em outras oportunidades para que o uso de materiais mais leves na fabricação de implementos rodoviários tivesse adesão do mercado, mas isso ainda não se tornou uma prática generalizada. Essa edição da feira mostrou um número maior de fabricantes apostando no uso da tecnologia do material leve como diferencial competitivo. Na prática as questões de custo benefício ainda precisam ser absorvidas pelo mercado. O ponto a ser superado é a barreira do investimento inicial, que chega a impactar na faixa entre um investimento e meio a dois valores correspondentes a um produto fabricado em aço.

 

Para o alumínio emplacar como matéria-prima importante na produção de equipamentos para transporte, os fabricantes precisarão mudar a forma de vender o produto. Precisará ser vendido o conceito de “Custo Total de Propriedade”. Essa é uma forma diferente de constatar o custo de um produto. Ela inclui o custo de aquisição do produto, mais os custos de propriedade durante toda sua vida útil no uso pelo comprador, menos os custos de descarte ao final do ciclo de uso pelo comprador. Tudo contabilizado (aquisição, menos manutenção, mais capacidade de carga, mais valor de descarte/revenda, etc.) chega-se ao valor real do bem. Se os fabricantes conseguirem fechar essa conta de forma que o transportador perceba o real “Custo Total de Propriedade”, o alumínio pode emplacar. Lembrando que o custo de aquisição é financiado, já o custo de uso é despesa corrente e dinheiro saindo do resultado da operação diária do prestador de serviço. Como sabemos, no Brasil o custo de capital para investimento ainda é infinitamente inferior ao custo de capital da operação. Então sempre é vantajoso reduzir custos de operação e ampliar ganhos de produtividade. Ou seja, trocar custo de operação por custo de aquisição é inteligente e vantajoso.