A resposta é tão simples quanto óbvia. Existe tanto roubo porque tem muito comprador para as peças dos veículos roubados. Existe muito roubo de cargas porque existe muito comprador para as cargas roubadas. Não adianta o brasileiro continuar transferindo todos os problemas sociais para o estado. A sociedade precisa fazer sua parte. Está na hora de tomar consciência. Todos podem ajudar a reduzir a desgraça e a insegurança nas estradas, no transporte e no trabalho de tantas pessoas que arriscam suas vidas ao entrar na cabine de um veículo. Enquanto tiver pessoas comprando peça de caminhão e automóvel roubados, enquanto tiver comerciante comprando carga roubada, o roubo continuará forte. Não tem polícia que resolva um problema estrutural da sociedade.
Quanto mais mercado para o ladrão transferir seu roubo, mais roubo vai existir. E todos precisam saber que aquele que compra uma peça roubada hoje, amanhã poderá ser a próxima vítima. Somos sabedores que não existe milagre nesse mundo dos negócios. Se existe uma peça pela metade do preço de mercado é porque ela custou muito pouco para quem está vendendo. Ninguém é ingênuo para acreditar em negócios de outro planeta aqui na terra. Se todos ao menos pedissem nota fiscal ao comprar um item com preço muito baixo, já estariam evitando que ladrões distribuam tudo o que roubam facilmente no mercado.
Vivemos numa sociedade que ainda pensa que o estado resolve tudo. O estado sempre vai fazer o básico. A sociedade precisa fazer sua parte. Está enraizado em nossa cultura popular o "levar vantagem em tudo". Essa "vantagem" que se obtém num negócio eventual e pontual, alimenta o sistema de crimes permanentemente e mantém a força de sua estrutura. Combater a insegurança é um dever de todos, tomando consciência do papel de cada um no problema. Se tenho um caminhão, um automóvel, e compro peças de origem duvidosa, estou fazendo parte do problema e alimentando o sistema do crime. Se tenho um pequeno comércio e compro mercadoria sem origem, estou fazendo parte do sistema do crime.
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